Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009

Cenas passadas ( " O Vermelhinho" )

Enquanto a Tia Anica raspava a areia húmida da baixa -mar recolhendo todos os seres com casca;

o Tio Custodio remava lentamente num vai e vem

entre a ponte e a ponta da ilha,

pesquisando os fundos da ria tentando pescar

algum polvo ressacado ou algum choco adormecido;, 

o Vermelhinho, fumava um cigarro emprestado,

sentado turisticamente num barril vazio de Imperial

escarrando alegremente e a intervalos de tempo regulares,

para o meio da passadeira aquecida por um Sol generoso de fins de Janeiro...

Cenas do passado!

 

 

 


 

 

 

 


 

 


 


publicado por o homem das pipocas às 12:24
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Caravela

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Havia qualquer coisa de estranho,

No seu correr, no seu tamanho.

Qualquer coisa de especial,

No seu olhar cordial,

no abanar de rabo,

no pescoço sem trela...

Não era um cão,

mas uma Caravela!

 


publicado por o homem das pipocas às 12:17
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Recordação de França

 

 Pensávamos muito juntinhos:

O céu de Paris, o tempo todo,

A ausência da primavera.

Compramos corações azuis à florista

Da esquina onde um acordeão cantava Piaf

Num mundo cor-de-rosa!

As águas do Sena bebiam as gotas de chuva

E no vinho engarrafado num castelo da Normandia.

Jogámos às sortes e perdi o olhar das estrelas

E tu a virgindade!


publicado por o homem das pipocas às 12:07
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Quarta-feira, 7 de Outubro de 2009

... e se

 … e se o mundo nada mais fosse

Do que o imenso azul-marinho desbordando

Sobre a areia quente das nossas últimas férias.

… e se a vida  nada mais fosse 

Do que o que nos falta dizer

antes que a loja do futura

faça o balanço contabilístico da nossa existência comum.

Mais uma coincidência perfeita:

Ela continua ela; e eu continuo… eu!

 


publicado por o homem das pipocas às 15:47
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Terça-feira, 6 de Outubro de 2009

Simplesmente... pipocas!

 

Que futuro para o meu passado?

Introduzo a tristeza

…como convidada de honra

Neste último encontro:

… abandonei  o meu barco

No braseiro arenoso da praia e

    … comecei a minha vida de

Náufrago terrestre, dialogando com o luar

colido frequentemente com

Moribundos sem leme e sem rumo:

… infâncias anónimas com varandins de

Suspiros e cânticos inúteis.

Noites tempestuosas

…esfregando o meu corpo numa cama

Com lençóis de águas profundas:

Embarquei, ingenuamente numa Utopia…

Cicatrizes que sagram como carícias ausentes!

Que futuro para o meu passado?

Desabafos? Poesia? Ou simplesmente.... pipocas?


publicado por o homem das pipocas às 21:06
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Instantes

 

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publicado por o homem das pipocas às 07:20
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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009

Coincidência Perfeita part 2

Ditosa existência,

três caminhos:

o Atlântico, promissor e imprevisível;

a Cidade, vida trivial e rectilinea e...

a inquietude do vento de Norte

penteando as dunas protectores.

           Instante coincidente, obstinado e incorrigivel, em opsição à quantificação universal, persistindo em denunciar a imoraliade da morte, a "negritude" da escuridão, a diferença do mesmo, do redundante, do tautológico... do significado. Instante em que observo e sou invadido pela saudade do presente, pela necessidade de um" Jardim de Epicuro sem limites nem contornos geográficos, um jardim portátil , um jardim virtual com consequências reais, que a modos do Cavalo de Tróia, entrasse pelas cidades iniciando um combate contra a trivialidade do Mundo". Um combate pelos contrastes de luz, um combate em defesa das noites estreladas de um Agosto na Armona, um combate contra os penteados lacados e gelificados das senhoras esposas de senhores donos de máquinas registadoras da penúria dos que esticam o salário para poderem olhar esse céu de Agosto.

                                                        

                                                                                                                              ( continua)

 

 


publicado por o homem das pipocas às 21:13
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Domingo, 4 de Outubro de 2009

Armona'Smiles

 

 


publicado por o homem das pipocas às 22:38
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Caravela, "O Gentledog"

 

 

 

 

 Entrou pela casa dentro ignorando a minha presença. Estacionou frente á neutralidade branca da porta do frigorifico. Continuei sentado no pátio, olhando desinteressadamente a solidão da praia, numa tarde amena de fim de estação. Permanecemos assim, distanciados e mudos, até ao cair do sol, por detras dos edificios espetados na linha do horizonte. A minha passividade e frieza devem ter ferido o seu orgulho canino, porque desceu as escadas do patio e desapareceu no final da passadeira, em direcção ao cais de embarque. Reapareceu na manha seguinte, trazendo entalada entre os dentes uma enorme perna de frango, como quem acaba de chegar de um qualquer "fast food "imperialista. Escolheu um dos cantos do patio e devorou, num ritmo cadenciado, a perna do galinaceo. Aproximou-se e olhou-me  orgulhosamente satisfeito fazendo movimentos tipo escova limpa para-brisa com a lingua. Como não domino o cãoguês, fiquei atrapalhado por não compreender o que tudo aquilo queria dizer. Decidi dar-lhe uma gamela de agua. Parece que era isso mesmo que ele queria. Prometi então, começar um curso intensivo de cãoguês, porque senti que este animal tinha muito para me dizer e para me ensinar. O que se vem a confirmar, porque o Caravela, ensinou-me que o respeito do espaço e da dignidade do outro cimentam a amizade.

Sinto imenso a sua ausência!


publicado por o homem das pipocas às 22:09
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Ar na" mona"

A febre dos deuses Bronzeia o teu corpo

Nas noites vazias de estrelas.

A minha boca paira Sobre o teu rosto.

Canções de embalar aliviam ausências definitivas:

Um amigo foi a sepultar!

Inventei um relógio usando

O colorido do teu sorriso:

Por vezes a lua é redonda! 

Uma folha resiste ao Outono:

O sinal para mais uma despedida!


publicado por o homem das pipocas às 07:51
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